Às vezes eu fico imaginando se existe ainda algo intacto por baixo desse monte de pele sofrida.
Se as coisas estão piorando, ou se é impressão minha.
Às vezes eu tento ignorar o peso que a idade e as consequências da vida colocaram sobre os meus ombros
Às vezes (ultimamente, muitas) eu queria voltar para o útero.
Muitas vezes eu respondo com um sorriso.
E só.
Acredite em mim, é melhor você não saber...
É melhor você não saber o que se passa aqui dentro.
Sempre eu encontro olhos tristes por aí.
Mascarados por risos, aditivos, desejo.
Olho nesses olhos tristes.
Você olha de volta e pensa em sexo.
Eu olho buscando respostas.
No que aconteceu com você.
Qual a dor que você carrega?
Em qual canto da vida a sua alma se perdeu?
Qual foi a tempestade que deixou essa nuvem negra em seus olhos?
Estou aprendendo a fingir.
Na verdade, bem demais.
Fingir que está tudo bem.
Que a vida é simplesmente assim e fim de papo.
Descobri que isso é até bem simples.
E é melhor,
é melhor assim.
Já que dessa maneira eu passo despercebida no meio da multidão.
Tentando não encontrar olhos como os meus.
Qual a dor que você carrega?
Em qual canto da vida a sua alma se quebrou?
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