E a Liesel me conquistou...

Fazia tempo que eu não lia algo tão bom.

Acho que desde "O caçador de pipas". Depois vieram alguns livros (acho que dois do Dan Brown, novos do André Vianco, e outros q nao me lembro o autor), até "A cidade do sol", também do Khaled Hosseini.

O primeiro veio sem recomendação. Vi na prateleira mesmo, entre os mais vendidos. Muita gente fica com um pé atrás desses blockbusters, geralmente romances água com açúcar. Eu não tenho esse problema.

Já li muitos, muitos livros da listinha dos 10 mais. E acho que se um livro faz sucesso, existe claro, um motivo. O livro é bom ué! Uma coisa é a "crítica" gostar do livro. Outra coisa são essas poucas pessoas que ainda, apesar da internet, se propõem a folhear essa coisa antiga, meio desengonçada, chamada livro - também gostarem do tal. E quando essas duas realidades juntas fazem uma reverência ao montinho de papel de algumas centenas de páginas - está criado um blockbuster.

Bem, mas voltando à Liesel. Sempre dou um pulinho na livraria, quando possível, para dar uma xeretada em alguma novidade. Da penúltima vez fui decidida à comprar "A cidade do sol". Olhei, paquerei os livrinhos, como mulherzinha em shopping center olhando botas e blusas, então eu vi a capinha branca, meio que sorrindo para mim.

Ele sussurrava.. vem cá, me pega no colo, dá uma espiadinha aqui dentro.. você vai gostar..

Vai ver me identifiquei com a árvore sem folhas, meio tristonha. Dificilmente escolho um livro pela capa. Peguei.. olhei a fonte dentro (NÃO leio mais a contracapa.. nem resumos, não gosto de estragar a surpresa!).. segurei os dois livros nas mãos. Nesse dia o Khaled fez charminho, levei.

Li, gostei, claro, sofri, até chorei, com o Khaled. Esse moço às vezes parte meu coração. Cheguei em casa, fui lendo devagar, sem pressa.. mas esse Khaled é fogo, me prendeu na cama, me empolguei e acabei lendo o livro todo em um fôlego só, em uma madrugada.

Mas fiquei pensando na tal menininha que roubava livros.

Comprei semana passada. Li APENAS metade, até agora. Claro que corri para o livro na primeira oportunidade, mas já na primeira página eu vi que dessa vez era algo diferente. Li, reli, várias vezes essa primeira página. Querendo entender o que estava por vir.

Ele me pegou no colo, me aninhou nos braços e está me contando uma história. O colo é quentinho, gostoso, me enrolo nele e fico beliscando as palavrinhas.

Tão gostoso que eu leio muito, muito devagar. E digo, isso é muito difícil. A vontade é ir devorando todas as páginas de uma vez. Mas aí eu paro, volto um pouquinho as páginas e leio novamente. Não quero que acabe rápido. Me controlo para não captar uma frase sem querer, solta do outro lado da página. Até cubro com a mão, para não ver com o rabinho do olho.

A narrativa é deliciosa. Dá a sensação que você conhece o narrador, e ele te conta o causo sem pressa, mas mesmo assim te prende absurdamente. Na verdade você um dia vai conhecer o narrador, mas isso já é história, e livros e filmes.. eu não conto não!

Bem, paro por aqui. E digo apenas. Leiam. Alias.. LEIAM!!! Sem pressa.
Apreciem, como um bom vinho, uma boa música.

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